Goiás avança na formalização e na qualificação profissional

O mercado de trabalho goiano apresentou importantes avanços em 2024, segundo dados divulgados pela Agência Cora Coralina de Notícias. Os números mostram aumento da formalização entre trabalhadores autônomos, crescimento significativo da escolaridade da população ocupada e mudanças na distribuição do emprego em empresas de diferentes portes. Os indicadores revelam um cenário de transformação gradual na força de trabalho, com impacto direto na economia regional.

De acordo com o levantamento, Goiás registrou 260 mil trabalhadores autônomos com CNPJ ativo, representando um aumento de 41 mil registros em relação a 2023. O dado reforça a tendência de consolidação de microempreendedores individuais e pequenos prestadores de serviço, que passaram a integrar o ambiente formal da economia. A formalização amplia o acesso a benefícios, crédito e proteção social, além de contribuir para a estruturação de novos negócios.

Outro ponto destacado no estudo é o avanço da escolaridade entre os trabalhadores goianos. Em 2013, apenas 11,9% das pessoas ocupadas no Estado tinham ensino superior completo. Já em 2024, o índice chegou a 21,7%, o equivalente a 833 mil trabalhadores. O aumento expressivo ao longo dos últimos 11 anos indica maior qualificação profissional e ampliação do acesso a cursos superiores, tanto presenciais quanto de educação a distância, que cresceram em oferta no período.

A queda na proporção de trabalhadores com baixa escolaridade também chama atenção. O grupo formado por pessoas com ensino fundamental incompleto ou equivalente caiu de 33,3% em 2013 para 18,9% em 2024. A redução sugere mudanças na composição da força de trabalho, com maior presença de profissionais com ensino médio completo, técnico ou superior.

O levantamento ainda aponta alterações no padrão de ocupação quanto ao local de trabalho. Em Goiás, 19,3% das pessoas ocupadas atuam fora das instalações do empregador, proporção superior à média nacional, que é de 14,2%. O índice inclui trabalhadores que exercem atividades externas, como vendedores, técnicos, motoristas, profissionais de manutenção, prestadores de serviços, entre outros. Já o trabalho domiciliar representa 7,7% da força de trabalho, número que reflete a permanência do home office e dos modelos híbridos adotados por empresas e profissionais autônomos após a pandemia de Covid-19.

Apesar do crescimento do empreendedorismo e da qualificação, houve mudança na distribuição dos trabalhadores por tamanho de empresa. As pequenas empresas empregam 1,48 milhão de pessoas, mantendo-se como um dos pilares do mercado de trabalho estadual. Entretanto, sua participação relativa caiu de 49,2% para 47,5% entre 2013 e 2024. O movimento pode estar associado à ampliação de oportunidades em empresas de médio e grande porte, bem como ao aumento da formalização entre trabalhadores independentes.

Os dados apresentados reforçam tendências importantes para o planejamento de políticas públicas, iniciativas de qualificação e desenvolvimento econômico. O aumento da escolaridade, a formalização de autônomos e a diversificação das formas de trabalho indicam que o mercado goiano passa por um processo de reorganização, influenciado por mudanças tecnológicas, expansão do empreendedorismo e maior acesso à educação.

Para municípios como Pirenópolis, que combinam turismo, economia criativa e expansão de microempreendedores, os indicadores ajudam a compreender o ritmo de crescimento e os desafios da força de trabalho local. A consolidação de novos perfis profissionais e a ampliação da formalização podem impactar diretamente setores como prestação de serviços, comércio, artesanato e atividades culturais.