Chuva chega em Brasília e Anápolis, mas em Pirenópolis só ventania

Depois de mais de cem dias de estiagem, o Centro-Oeste voltou a sentir o cheiro da chuva nesta sexta-feira (29/08). Em Brasília e Anápolis, a população foi surpreendida no fim da tarde por pancadas que trouxeram alívio ao calorão e à secura típica do período.

Mas em Pirenópolis, o que se viu foi outro espetáculo: enquanto a água caía generosa nas cidades vizinhas, por aqui foi a ventania quem anunciou a novidade. Rajadas fortes levantaram poeira, balançaram árvores e espalharam pelo ar aquele clima de que “a chuva está por perto”. Só que, como sempre lembram os mais antigos, ela ronda, rodeia, mas demora a se firmar em Piri.

O céu chegou a escurecer e muita gente correu para ver se as primeiras gotas cairiam. Mas nada. Foi apenas o vento passando apressado, empurrando nuvens carregadas que se desfizeram antes de despejar água sobre a cidade.

Segundo a sabedoria popular, Pirenópolis costuma ser uma das últimas a receber as chuvas da temporada. É como se a cidade, cercada pela Serra dos Pireneus, guardasse para si o mistério de esperar que todo o entorno se sacie primeiro, para só depois abrir caminho para a renovação da terra.

A seca, no entanto, ainda deve continuar por algum tempo. Mas como dizem por aqui, “a chuva do caju não falha”. Por enquanto, seguimos na torcida. A boa notícia é que a atmosfera já começa a dar sinais de mudança: se o vento com cheiro de terra molhada chegou, é porque a água está no caminho. Agora é questão de tempo até que Piri também sinta o frescor da primeira chuva do fim da seca.