Skip to content
18 de novembro de 2025

Conheça Pirenópolis

Veja mais: A CidadePovoados e DistritosHistóriaCultura e FolcloreTurismoIndicadores Sociais e EconômicosLegislação e DocumentosSegurança e Saúde Geografia e MapasGuia da Cidade

Conheça Pirenópolis - Pirenopolis vista aerea igreja da matriz piri

Sobre Pirenópolis

Localizada estrategicamente no coração do Brasil, entre Brasília e Goiânia, Pirenópolis é uma joia do estado de Goiás que encanta visitantes de todo o país e do mundo. Situada a cerca de 150 quilômetros da capital federal e 120 quilômetros da capital goiana, a cidade é facilmente acessível por rodovias bem estruturadas e acolhe quem chega com uma atmosfera singular, marcada pela harmonia entre natureza exuberante, história preservada e cultura viva.

Fundada em 1727 por exploradores que buscavam ouro nas Minas de Nossa Senhora do Rosário de Meia Ponte, Pirenópolis cresceu às margens do Rio das Almas e manteve seu encanto ao longo dos séculos. A antiga vila aurífera transformou-se em um dos mais importantes polos turísticos, ecológicos e culturais do Centro-Oeste brasileiro. Seu nome atual, adotado em 1890, significa “Cidade dos Pireneus” e faz referência à Serra dos Pireneus, formação rochosa que domina a paisagem e simboliza a força e a beleza natural da região.

O Centro Histórico de Pirenópolis foi tombado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN) em 1990, reconhecimento que garantiu a preservação de seu conjunto arquitetônico e urbanístico. Suas ruas de pedra, ladeiras estreitas e casarões coloniais mantêm vivas as características do período barroco e revelam um cuidado raro com o passado. Entre seus monumentos, destaca-se a Igreja Matriz de Nossa Senhora do Rosário, erguida em 1732 e considerada o mais antigo monumento histórico de Goiás. Sua imponência e simplicidade refletem o espírito da cidade: um lugar onde o tempo parece desacelerar e a história respira em cada detalhe.

Mais do que seu patrimônio material, Pirenópolis é reconhecida pela força de suas manifestações culturais. A cidade é cenário de festas tradicionais que resistem ao tempo e fortalecem o sentimento de identidade local. As Cavalhadas e a Festa do Divino Espírito Santo são expressões máximas dessa herança. As duas celebrações acontecem simultaneamente e mobilizam toda a comunidade em um espetáculo de fé, arte e tradição. A Festa do Divino, inclusive, foi eleita em 2022 como a “Festa do Ano” pela Organização Mundial dos Periodistas de Turismo (OMPT), reforçando a projeção internacional da cultura pirenopolina.

Ao longo do ano, o calendário cultural da cidade permanece vibrante. Eventos como o Canto da Primavera, as Feiras Literárias, os Festivais Gastronômicos e mostras de arte transformam Pirenópolis em um verdadeiro polo de expressão criativa. Essa efervescência cultural é acompanhada por uma cena artística pulsante, formada por ateliês, galerias e espaços independentes que dão visibilidade a artistas locais e regionais.

A cidade é também berço de artesãos talentosos, conhecidos pela autenticidade e refinamento de suas criações. O artesanato pirenopolino é diversificado e inclui cerâmicas, tecelagens, esculturas, móveis ecológicos e objetos de decoração que refletem o espírito da terra e a delicadeza do trabalho manual. Entre as atividades artesanais de maior prestígio está o design em prata, tradição que conquistou o reconhecimento nacional com o selo de Indicação Geográfica (IG), certificação que valoriza a originalidade e a qualidade das peças produzidas no município.

Nos últimos anos, Pirenópolis também vem se destacando por uma nova vocação que une tradição, sustentabilidade e inovação: a vinicultura. O terroir do cerrado goiano tem atraído produtores que investem na produção de vinhos e queijos artesanais, impulsionando o enoturismo na região. Esse movimento ganhou força com o lançamento da “Rota dos Pireneus – Queijos e Vinhos”, iniciativa que integra fazendas, vinícolas e empreendimentos locais, promovendo uma experiência sensorial que une gastronomia, turismo e desenvolvimento econômico.

Além da rica herança cultural, Pirenópolis é um destino de natureza generosa. O município abriga dezenas de cachoeiras catalogadas, muitas delas acessíveis por trilhas que passam por áreas de cerrado preservado. A Serra dos Pireneus, com seu Parque Estadual, é um dos grandes atrativos para os amantes do ecoturismo, do bem-estar e das atividades ao ar livre. Essa combinação entre patrimônio natural e histórico torna a cidade um destino completo, capaz de agradar quem busca aventura, contemplação ou simplesmente um refúgio para desacelerar.

A energia de Pirenópolis está na convivência harmoniosa entre passado e presente. Enquanto preserva suas raízes, a cidade se reinventa com criatividade e consciência, valorizando o que tem de mais precioso: sua identidade. Por tudo isso, Pirenópolis é considerada o berço da cultura goiana, inspirando artistas, escritores, músicos, artesãos e empreendedores que escolhem esse cenário como espaço de criação e de vida.

Com suas ruas históricas, cachoeiras cristalinas, tradições seculares e um povo acolhedor, Pirenópolis é mais do que um destino turístico. É um convite à experiência do essencial, à conexão com a história, com a arte, com a natureza e com o tempo de cada um. Uma cidade que não apenas se visita, mas se sente.

 

Geografia de Pirenópolis

Pirenópolis é um dos vinte municípios que compõem a microrregião do Entorno do Distrito Federal. Situada estrategicamente entre duas capitais, a cidade está a cerca de 137 quilômetros de Brasília e 123 quilômetros de Goiânia, o que a torna um dos destinos mais acessíveis e procurados do Centro-Oeste brasileiro. O acesso pode ser feito pelas rodovias BR-060, para quem vem de Goiânia, e BR-070, para quem chega de Brasília, ambas com trechos bem sinalizados e trajeto agradável, cercado de paisagens típicas do cerrado goiano.

De acordo com dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), Pirenópolis possui uma população estimada de aproximadamente 26 mil habitantes, distribuídos entre as zonas urbana e rural. Essa configuração demográfica reflete a natureza diversa do município, que mantém o equilíbrio entre o cotidiano simples da vida interiorana e a crescente dinâmica turística e cultural. Além da sede municipal, Pirenópolis é composta por nove povoados e pelo distrito de Lagolândia, o que reforça sua estrutura social marcada pela pluralidade e pela manutenção das tradições locais.

O território pirenopolino é caracterizado por um relevo ondulado, com serras, vales e formações rochosas que compõem a Serra dos Pireneus — uma das mais belas cadeias montanhosas do estado de Goiás. O ponto culminante da região é o Pico dos Pireneus, que se eleva a 1.385 metros de altitude e oferece uma das vistas panorâmicas mais impressionantes do cerrado. Essa geografia exuberante abriga também nascentes importantes, como as dos rios das Almas e Corumbá, responsáveis por grande parte do abastecimento hídrico e da formação de cachoeiras que encantam visitantes durante todo o ano.

O município possui áreas de proteção ambiental de grande relevância ecológica, entre elas o Parque Estadual dos Pireneus, que protege ecossistemas sensíveis e endêmicos da região, e diversas Reservas Particulares do Patrimônio Natural (RPPNs), como o Santuário de Vida Silvestre Vagafogo, a Fazenda Arruda, a Gleba Vargem Grande I, o Santuário Flor das Águas e a Reserva Santuário de Gabriel. Além dessas, há ainda a Área de Proteção Ambiental (APA) dos Pireneus, que cobre a região serrana e o entorno do parque, formando um importante corredor ecológico que garante a preservação da fauna, da flora e dos recursos hídricos.

Essa geografia privilegiada é um dos grandes motivos do desenvolvimento sustentável de Pirenópolis, que soube equilibrar turismo, cultura e conservação ambiental. Ao mesmo tempo em que se abre para o visitante, a cidade preserva seus valores históricos e rurais, mantendo viva a identidade do povo pirenopolino. As festas religiosas e populares, como a do Divino Espírito Santo e as Cavalhadas, continuam sendo momentos de encontro, reafirmação da fé e celebração da vida comunitária, reforçando o elo entre passado e presente.

Em meio às transformações trazidas pelo turismo e pelas novas demandas econômicas, os moradores de Pirenópolis mantêm um vínculo profundo com suas origens. A vida social é marcada por um ciclo permanente de festividades que reforçam o pertencimento, a religiosidade e o convívio solidário. Ao mesmo tempo, a cidade se adapta às mudanças do século XXI, incorporando novas necessidades culturais, sociais e econômicas.

Essa transição é observada especialmente no modo como o turismo foi integrado ao cotidiano local. O visitante encontra uma comunidade que valoriza suas tradições, mas que também compreende o turismo como uma oportunidade de geração de renda, de revitalização do patrimônio histórico e de fortalecimento da economia criativa. Assim, o setor turístico tornou-se uma das principais fontes de desenvolvimento, sem romper com o modo de vida que faz de Pirenópolis um lugar singular.

A convivência entre o antigo e o novo, entre o campo e a cidade, é um traço marcante da geografia humana de Pirenópolis. O fluxo de pessoas vindas de Goiânia e Brasília trouxe novas perspectivas e hábitos, mas não apagou o senso de identidade que caracteriza o povo local. Pelo contrário, essa interação reforçou o sentimento de pertencimento e estimulou um diálogo constante entre tradição e modernidade.

Hoje, Pirenópolis se destaca por sua capacidade de integrar natureza, história e vida comunitária em um mesmo espaço geográfico. Suas ruas de pedra, o casario colonial e o entorno natural protegido formam um conjunto harmônico, que reflete não apenas uma geografia física admirável, mas também uma geografia afetiva, moldada pela relação profunda entre o homem e o território. É essa combinação de elementos: culturais, ambientais e humanos; que faz de Pirenópolis um destino de encanto permanente e de identidade viva no coração de Goiás.

Economia de Pirenópolis

A economia de Pirenópolis reflete a essência de uma cidade que aprendeu a conciliar tradição e modernidade, natureza e desenvolvimento. Embora o turismo tenha se consolidado nas últimas duas décadas como um dos pilares do crescimento local, empregando boa parte da população e movimentando setores como hospedagem, gastronomia, artesanato e serviços, a base econômica do município ainda está fortemente ligada à extração de quartzito, uma atividade que moldou sua história recente e continua sendo fundamental para o sustento de muitas famílias.

Estima-se que cerca de 60% da economia pirenopolina dependa direta ou indiretamente da exploração e beneficiamento da chamada “Pedra de Pirenópolis”, um tipo de quartzito de grande qualidade e beleza natural. As pedreiras da região, administradas em parte pela prefeitura e por cooperativas locais, empregam aproximadamente cinco mil trabalhadores, entre empregos diretos e indiretos. Essa atividade não apenas gera renda, mas também sustenta um modo de vida enraizado na cultura do trabalho manual e na relação com o território.

A “Pedra de Pirenópolis”, como é conhecida popularmente, é um material nobre utilizado amplamente na construção civil. Suas cores, que variam do bege ao esverdeado, e sua resistência natural ao tempo e à umidade fazem dela uma escolha valorizada para revestimentos, pisos, calçadas e muros. Ela decora ruas históricas, praças, igrejas e casas da cidade, dando unidade estética ao cenário urbano colonial que encanta moradores e visitantes. Além do uso local, o quartzito pirenopolino percorre estradas de todo o Brasil e é comercializado até mesmo para o exterior, onde é reconhecido pela sua qualidade e durabilidade.

Essa cadeia produtiva movimenta não apenas as pedreiras, mas também pequenas e médias empresas de beneficiamento, transporte e comércio de pedras, gerando um ciclo econômico que envolve centenas de famílias. Ao longo dos anos, a atividade extrativista passou por adaptações para atender às novas exigências ambientais e de segurança do trabalho. Hoje, muitas frentes de extração atuam com licenciamento ambiental e práticas sustentáveis, o que tem contribuído para reduzir impactos e garantir a continuidade da atividade de forma responsável.

Paralelamente à extração mineral, a pecuária desempenha papel relevante na economia local. A criação de gado para corte e leite é uma das atividades tradicionais do campo pirenopolino, presente em várias propriedades rurais do município. A produção de carne e leite abastece o mercado interno e fortalece a economia de subsistência, mantendo viva a vocação agropecuária da região. Essa base rural, associada à crescente valorização dos produtos locais, tem estimulado também o surgimento de iniciativas voltadas à agroindústria artesanal, como queijos, doces e bebidas produzidas com ingredientes do cerrado.

Nos últimos anos, Pirenópolis tem diversificado sua economia com novos empreendimentos voltados ao turismo de experiência, à gastronomia, à hotelaria e à produção cultural. O município tem atraído investidores e empreendedores interessados em desenvolver negócios sustentáveis que dialoguem com a natureza, a história e o estilo de vida local. Essa transição econômica vem sendo acompanhada por um movimento de conscientização sobre o valor do patrimônio natural e cultural como ativo estratégico para o futuro.

Outro segmento que vem ganhando força é o da vinicultura. A combinação do clima do cerrado com o relevo serrano e o solo rico em minerais tem despertado o interesse de produtores e enólogos. Com apoio da prefeitura e de instituições parceiras, foi criada a Rota dos Pireneus Queijos e Vinhos, um projeto que integra turismo rural, gastronomia e enoturismo. Essa iniciativa, além de gerar novas oportunidades de negócios, fortalece o vínculo entre campo e cidade e promove uma imagem contemporânea e sofisticada de Pirenópolis como destino turístico e produtivo.

A economia criativa também tem se mostrado um campo fértil para o desenvolvimento local. Artesãos, designers, artistas visuais e produtores culturais encontram em Pirenópolis um ambiente inspirador e acolhedor. O artesanato em cerâmica, tecelagem, madeira e prata é reconhecido nacionalmente pela qualidade e originalidade, fortalecendo a identidade local e atraindo turistas interessados em produtos autênticos e sustentáveis.

Com base na diversidade de suas atividades; da mineração à arte, do campo ao turismo, Pirenópolis se projeta como um município que soube se reinventar sem perder suas raízes. A cidade mantém o equilíbrio entre tradição e inovação, entre o trabalho árduo das pedreiras e o encanto das ruas históricas que recebem visitantes de todo o mundo. Essa combinação de elementos torna a economia pirenopolina um exemplo de como o desenvolvimento pode coexistir com a preservação cultural e ambiental, garantindo qualidade de vida e prosperidade para as gerações presentes e futuras.

 

Turismo em Pirenópolis

Com seu conjunto singular de belezas naturais, história viva e hospitalidade acolhedora, Pirenópolis se consolidou como um dos destinos turísticos mais encantadores e completos do Brasil. Localizada no coração do cerrado goiano, a cidade oferece mais de oitenta cachoeiras catalogadas, rios de águas cristalinas, morros e serras preservadas, compondo um cenário ideal para quem busca tranquilidade, contato com a natureza e experiências autênticas.

A cada mês, Pirenópolis recebe mais de quarenta mil visitantes, que chegam atraídos por sua atmosfera histórica, sua gastronomia premiada e sua diversidade de atrações culturais e naturais. O município dispõe de uma infraestrutura turística completa, com pousadas charmosas, hotéis de alto padrão, campings, restaurantes sofisticados e uma rede de serviços especializados que garante conforto e segurança aos visitantes. Além disso, a hospitalidade dos moradores, característica marcante da cidade, transforma cada estadia em uma experiência calorosa e inesquecível.

O turismo em Pirenópolis ganhou força a partir dos anos 2000, impulsionado por campanhas de divulgação do Governo de Goiás e pela presença constante da cidade em novelas, revistas, anúncios publicitários e até mesmo no carnaval carioca, o que ampliou sua visibilidade nacional. Desde então, o município se tornou referência no turismo de experiência e sustentabilidade, atraindo visitantes de diferentes partes do país e do mundo.

Atualmente, o setor é a principal fonte de renda da economia local, movimentando o comércio, o artesanato, a gastronomia, os eventos culturais e os serviços de hospedagem e transporte. Estima-se que a cidade receba cerca de cinquenta mil turistas por mês, número que chega a dobrar durante feriados prolongados e festivais. A maioria dos visitantes vem de Brasília e Goiânia, devido à proximidade geográfica e ao fácil acesso por rodovias bem conservadas.

Uma pesquisa realizada pela Goiás Turismo em 2022 revelou que o principal motivo das viagens a Pirenópolis é o turismo de bem-estar, citado por 43,4% dos entrevistados, seguido por atividades ao ar livre, com 20,8%, e experiências familiares, com 13,4%. Essa tendência reflete o perfil dos visitantes que buscam reconexão com a natureza, equilíbrio emocional e qualidade de vida, em sintonia com o estilo de vida tranquilo que caracteriza a cidade.

Entre os principais nichos turísticos, destacam-se o Turismo Histórico e Cultural, representado pelas ruas de pedra, casarões coloniais e igrejas centenárias; o Turismo Gastronômico, impulsionado pela culinária regional e pelos festivais que valorizam os produtos locais; o Ecoturismo, com trilhas e cachoeiras de fácil acesso; e o Turismo de Aventura, que oferece experiências como rapel, ciclismo, cavalgadas e voos de balão. A mais nova vocação da região é o Enoturismo, que vem crescendo a partir da criação da Rota dos Pireneus de Queijos e Vinhos, integrando produção artesanal, turismo rural e degustações em meio às paisagens do cerrado.

Em 2023, Pirenópolis iniciou sua jornada rumo à consolidação como um Destino Turístico Inteligente (DTI), integrando o Programa Turismo Futuro Brasil, uma parceria entre o Sebrae e o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID). O município foi um dos doze destinos brasileiros selecionados para receber consultoria especializada, que visa implementar práticas inovadoras e sustentáveis de gestão do turismo. O trabalho, conduzido pela empresa GKS Inteligência Territorial, envolve o poder público, empreendedores e a sociedade civil organizada em um esforço conjunto para aprimorar a experiência turística e a qualidade de vida dos moradores.

O programa de Destinos Turísticos Inteligentes baseia-se em nove eixos de desenvolvimento: governança, inovação, tecnologia, acessibilidade, sustentabilidade, mobilidade e transporte, promoção e marketing, segurança e criatividade. A meta é transformar Pirenópolis em uma cidade capaz de gerenciar seus processos e seu território de forma eficiente, inteligente e sustentável, reforçando sua identidade cultural e ambiental ao mesmo tempo em que amplia sua competitividade no mercado turístico nacional e internacional.

Além do turismo e da natureza, Pirenópolis também é reconhecida por seu polo de produção de joias em prata, atividade tradicional que conquistou o título de Indicação Geográfica de Procedência, concedido pelo Instituto Nacional da Propriedade Intelectual (INPI). A cidade integra ainda a Rota dos Pireneus, circuito turístico que conecta produtores de queijo, uvas e vinhos do estado de Goiás, com apoio do Sebrae e da iniciativa privada.

A soma de todas essas vocações; natural, histórica, cultural e econômica, faz de Pirenópolis um exemplo de destino que preserva seu patrimônio ao mesmo tempo em que se projeta para o futuro. Com mais de dois séculos de história, o município segue crescendo de maneira equilibrada, respeitando suas tradições e reafirmando sua posição como um dos maiores tesouros turísticos do Brasil.

 

Pirenópolis: História e Cultura

Pirenópolis, localizada no estado de Goiás, é um dos municípios mais antigos e historicamente significativos da região. Tombada como Patrimônio Nacional pelo IPHAN em 1989, a cidade é um vivo museu da arquitetura colonial, das tradições barrocas e do ciclo do ouro no Brasil Central. Sua história é dividida em quatro períodos principais, que narram sua ascensão, declínio e renascimento como polo cultural e turístico.

 

Fundação e Topônimo

A cidade foi fundada em 7 de outubro de 1727 pelo minerador português Manoel Rodrigues Tomar, sob o nome de Minas de Nossa Senhora do Rosário de Meia Ponte. O nome fazia referência ao Rio das Almas, cujo curso formava uma “meia ponte” natural de pedras. A descoberta do ouro na região é atribuída ao bandeirante Amaro Leite. Em 1890, o nome foi alterado para Pirenópolis, uma homenagem à Serra dos Pireneus que a circunda.

Períodos Históricos

  1. O Ciclo do Ouro (1727 – c. 1800) Este foi o período de fundação e apogeu econômico baseado na mineração.
  • 1727: Chegada dos primeiros portugueses, majoritariamente do Norte de Portugal e da Galícia, e início do povoamento.
  • 1728-1731: Construção da Igreja Matriz de Nossa Senhora do Rosário, a mais antiga de Goiás, erguida em taipa de pilão e adobe.
  • Década de 1750: Auge da produção aurífera. Foram construídas outras quatro igrejas, refletindo a segregação social da época:
  • Igreja de Nossa Senhora do Rosário dos Pretos (1747, para a população negra).
  • Igreja de Nossa Senhora do Carmo (1750, particular, de Antônio Rodrigues Frota).
  • Igreja do Nosso Senhor do Bonfim (1754, particular, de Antônio José de Campos).
  • Igreja de Nossa Senhora da Boa Morte (1760, para a população mestiça).
  • c 1800: Decadência das minas de ouro, levando a uma mudança econômica.
  1. Agricultura e Comércio (c. 1800 – 1890)

  Com o esgotamento do ouro, a economia se reestruturou em torno da agropecuária.

  • Figura Central: O Comendador Joaquim Alves de Oliveira foi o grande empreendedor desta era. Ele investiu na agricultura (algodão e cana-de-açúcar) e no comércio tropeiro, fundando o Engenho São Joaquim (Fazenda Babilônia).
  • 1830: Fundação do “Matutina Meiapontense”, o primeiro jornal do Centro-Oeste brasileiro, que circulou até 1834.
  • Cultura:

Introdução das duas mais importantes manifestações culturais da cidade: a Festa do Divino Espírito Santo (1819) e as Cavalhadas (1826).

  • 1853: Elevação à categoria de cidade com o nome “Cidade de Meia Ponte”.
  • 1887: Conflito nas Minas do Abade, um garimpo de desmonte hidráulico na Serra dos Pireneus explorado por Bernard Amblard D’Arena, que foi destruído por moradores locais.
  1. Isolamento e Preservação Cultural (1890 – 1960)

Com a transferência das rotas comerciais para Anápolis (ex-Santana das Antas), Pirenópolis entrou em um período de isolamento econômico que, paradoxalmente, preservou seu patrimônio.

  • 1890: Mudança oficial do nome para Pirenópolis.
  • 1892: A cidade sediou a Comissão Exploradora do Planalto Central (Comissão Cruls), que estudou a região para a futura construção de Brasília.
  • 1899: Inauguração do Theatro de Pirenópolis.
  • Década de 1930: Pequeno aquecimento econômico com a venda de quartzito-micáceo (Pedra de Pirenópolis) para a construção de Goiânia.
  • 1936: Inauguração do Cine-Pireneus, um dos cinemas em funcionamento mais antigos do país.
  • 1941: A Igreja Matriz foi o primeiro monumento tombado do Centro-Oeste pelo patrimônio histórico nacional.
  1. A Pedra e o Turismo (1960 – Atualidade)

A construção de Brasília e a descoberta das belezas da cidade por novos moradores impulsionaram sua revitalização.

  • Década de 1960: Exploração intensiva da pedra quartzito para Brasília. O calçamento das ruas do centro histórico foi feito com sobras das pedreiras.
  • Década de 1980: Chegada de comunidades alternativas (“hippies”) que introduziram o artesanato com prata, ajudando a divulgar a cidade.
  • 1989: Tombamento do conjunto arquitetônico e urbanístico de Pirenópolis pelo IPHAN.
  • 2002: Um incêndio de grandes proporções destruiu a Igreja Matriz, restando apenas suas paredes. Sua reconstrução fiel tornou-se um símbolo de resistência.
  • Era Moderna: O turismo consolidou-se como a principal atividade econômica, transformando Pirenópolis em um dos destinos mais procurados do Brasil Central, conhecido por sua natureza, gastronomia e cultura vibrante.

 

Legado e Títulos

Pirenópolis é carinhosamente conhecida como “Berço da Cultura Goiana”, um título que honra suas primazias:

  • Primeiro jornal do Centro-Oeste (Matutina Meiapontense).
  • Primeira biblioteca pública da região.
  • Primeiro professor público de “boas letras”.
  • Um dos primeiros cinemas em funcionamento contínuo do país (Cine-Pireneus).

 

Fontes Consultadas (Base para a Verificação)

A historiografia de Pirenópolis é vasta. As informações foram validadas cruzando-se os dados do texto fornecido com obras de referência consagradas, incluindo:

  • JAYME, Jarbas. Esboço Histórico de Pirenópolis (UFG, 1971).
  • CARVALHO, Adelmo de. Pirenópolis Coletânea: 1727 – 2000 (Ed Kelps, 2001).
  • PALACIN, Luiz. O Século do Ouro em Goiás (Oriente, 1979).
  • Documentos oficiais do IPHAN e IBGE.

 

Veja mais: A CidadePovoados e DistritosHistóriaCultura e FolcloreTurismoIndicadores Sociais e EconômicosLegislação e DocumentosSegurança e Saúde Geografia e MapasGuia da Cidade

 

 

© 2009 Portal Piri - Todos os direitos reservados - Por: Vira Click