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7 de dezembro de 2025

Pequi raro encontrado em Pirenópolis chama atenção

Moradores registram fruto de coloração incomum e aumentam interesse pela biodiversidade do Cerrado
Miguel Armond
Miguel Armond

02 de dezembro de 2025 às 11:14

Pequi raro encontrado em Pirenópolis chama atenção

Um achado que desperta curiosidade

Um registro inusitado chamou atenção em Pirenópolis nos últimos dias: moradores observaram um pequi com coloração considerada fora do padrão, popularmente chamado de “pequi branco”. A fotografia do fruto, feita na zona rural do município, rapidamente circulou entre grupos e despertou debates sobre diversidade, mutações e a riqueza das espécies nativas do Cerrado.

O pequi tradicional, fruto do pequizeiro (Caryocar brasiliense), é reconhecido pela polpa amarela intensa e sabor marcante, sendo um dos maiores símbolos culturais e gastronômicos da região Centro-Oeste. A aparição de um fruto com tonalidade diferenciada, no entanto, levanta questões científicas e reforça o fascínio popular por essa árvore tão presente na vida de Pirenópolis.

Riqueza cultural e ecológica do pequi

O pequi é mais do que um fruto: é memória afetiva, identidade regional e sustento de muitas famílias que atuam no extrativismo sustentável. Presente nas mesas em pratos como o tradicional arroz com pequi, a galinhada e também em receitas contemporâneas, ele se mantém como elemento marcante da culinária local.

Do ponto de vista ecológico, o pequizeiro exerce papel essencial no Cerrado. Suas flores alimentam abelhas nativas e outros polinizadores, enquanto a polpa e as castanhas servem de fonte de alimento para diversos animais silvestres. Já sua extração consciente movimenta economias rurais e fortalece o vínculo entre comunidade e meio ambiente.

Em Pirenópolis, a safra do pequi é motivo de celebração anual, seja pelas feiras, pelas quitandas ou pela simples chegada do aroma característico que invade as cozinhas. O aparecimento de uma variação rara, portanto, intensifica ainda mais o interesse local por esse patrimônio natural.

O que se sabe sobre o suposto “pequi branco”

Apesar da grande repercussão, ainda não há comprovação científica sobre a existência de uma variedade conhecida formalmente como “pequi branco”. Pesquisas botânicas descrevem o pequi como fruto de polpa amarela ou alaranjada, com variações que dependem da maturação e de fatores ambientais. Em literatura especializada, não há referência a uma subespécie de coloração branca.

Isso não diminui, no entanto, o valor do registro feito em Pirenópolis. A cor diferenciada pode resultar de uma mutação espontânea, variação genética rara, processo de amadurecimento atípico ou mesmo influência climática. Em alguns casos, mudanças de cor podem acontecer por atraso na síntese de pigmentos ou por características muito específicas de determinados indivíduos da planta.

Para pesquisadores, relatos assim são importantes, pois contribuem para o mapeamento de variações e estimulam estudos sobre biodiversidade. Já para a comunidade local, o registro reforça a sensação de que o Cerrado ainda guarda surpresas, mesmo para quem convive diariamente com sua flora.

Importância de registrar e preservar

O caso do “pequi branco” abre espaço para um debate maior: a necessidade de registrar, valorizar e proteger a biodiversidade do Cerrado, considerado um dos biomas mais ameaçados do país. Pirenópolis, por sua localização privilegiada entre serras, nascentes e áreas de vegetação nativa, é um ponto estratégico para conservação e estudo.

A comunidade pode desempenhar papel fundamental ao documentar frutos, árvores e fenômenos naturais incomuns. Fotografar, georreferenciar, informar instituições ambientais ou pesquisadores e compartilhar de forma responsável esses registros são práticas que ajudam tanto na ciência quanto na construção de memória local.

Além disso, a discussão sobre variações do pequi reforça a urgência de preservar áreas de vegetação nativa, evitar queimadas, apoiar práticas agroecológicas e incentivar o manejo sustentável. Cada árvore preservada contribui para manter viva a diversidade genética que torna o Cerrado um dos biomas mais complexos e ricos do Brasil.

Um símbolo vivo de Pirenópolis

Para além da rareza, o surgimento de um pequi incomum serve como lembrete da força simbólica que esse fruto exerce em Pirenópolis. Ele conecta passado e presente, tradição e ciência, comunidade e natureza. Mesmo que a variação observada ainda dependa de estudo para ser compreendida, o registro evidencia o quanto a população local se interessa por suas raízes e por sua identidade ambiental.

Enquanto pesquisadores buscam entender o fenômeno, moradores continuam celebrando o Cerrado em sua forma mais pura: aquela que surpreende, encanta e desperta a sensação de pertencimento. O “pequi branco”, verdadeiro ou não, cumpre um papel valioso — o de reacender o olhar atento para aquilo que a natureza ainda tem a revelar.

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