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7 de dezembro de 2025

Avistamento de udu-de-coroa-azul, ave ameaçada, em Piri

Udu-de-coroa-azul, ave com topete azul e cauda alongada, foi registrado por um fotografo em Pirenópolis. Espécie está em risco de extinção no Cerrado.
Jordão Vilela
Jordão Vilela

01 de novembro de 2025 às 09:09

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udu-de-coroa-azul (Momotus momota) foi avistado recentemente em Pirenópolis, conforme registro de um fotografo. A espécie, que possui um topete azul característico e penas centrais da cauda alongadas, está listada como ameaçada de extinção em algumas regiões do Cerrado.

Características da espécie

udu-de-coroa-azul é uma ave de médio porte, medindo entre 38 e 48 centímetros de comprimento. Sua plumagem apresenta coloração verde-oliva nas partes superiores, com tons azulados na cabeça e peito. A característica mais marcante é o topete azul na cabeça, formado por penas modificadas que podem ser eriçadas. As penas centrais da cauda são alongadas e terminam em forma de raquete, uma característica distintiva da espécie.

A ave possui uma máscara facial negra ao redor dos olhos, contrastando com a coloração azul da cabeça. O bico é preto e levemente curvado para baixo, adaptado para sua alimentação diversificada. Não há dimorfismo sexual evidente, machos e fêmeas apresentam a mesma coloração.

Distribuição geográfica e habitat

udu-de-coroa-azul possui ampla distribuição na América do Sul, ocorrendo desde o Panamá até o norte da Argentina. No Brasil, a espécie está presente em todos os biomas, incluindo Amazônia, Cerrado, Mata Atlântica, Caatinga, Pantanal e Campos Sulinos. Em Goiás, a ave pode ser encontrada em áreas de floresta preservada, matas ciliares e bordas de matas.

Em Pirenópolis, o avistamento ocorreu em área de vegetação da cidade, especificamente em transição entre mata ciliar e cerrado sensu stricto. A espécie prefere habitats com dossel fechado e sub-bosque preservado, onde encontra condições adequadas para nidificação e alimentação.Avistamento de udu-de-coroa-azul, ave ameaçada, em Piri - udu de coroa azul wa3636235

Reprodução e ciclo de vida

A espécie nidifica em cavidades, aproveitando buracos naturais em árvores ou escavando túneis em barrancos. O período reprodutivo coincide com a estação chuvosa, quando há maior disponibilidade de recursos alimentares. A fêmea põe de 3 a 4 ovos brancos, que são incubados por ambos os pais por aproximadamente 17 a 19 dias.

Os filhotes permanecem no ninho por cerca de 4 semanas, sendo alimentados pelos pais com insetos e pequenos frutos. Após deixarem o ninho, os jovens ainda dependem dos pais por algumas semanas, aprendendo técnicas de forrageamento e reconhecimento de alimentos.

Status de conservação

udu-de-coroa-azul está classificado como “Pouco Preocupante” pela Lista Vermelha da IUCN em nível global. No entanto, em escalas regionais, a espécie enfrenta sérias ameaças. No Cerrado, é considerada vulnerável devido à perda acelerada de habitat.

Em Goiás, o desmatamento para expansão agropecuária e urbana tem reduzido significativamente as populações da espécie. A fragmentação florestal isola populações remanescentes, dificultando o fluxo gênico e aumentando o risco de extinção local.

Ameaças e desafios

A principal ameaça ao udu-de-coroa-azul em Pirenópolis e região é a perda de habitat. A conversão de áreas naturais em pastagens, lavouras e áreas urbanas reduz progressivamente os locais disponíveis para nidificação e alimentação. A fragmentação florestal cria populações isoladas, mais vulneráveis a eventos estocásticos e endogamia.

Outras ameaças incluem o uso de agrotóxicos, que reduz a disponibilidade de insetos para alimentação, e a caça predatória em algumas regiões. O turismo desordenado também pode impactar negativamente a espécie, perturbando áreas de nidificação.

A espécie é considerada um bioindicador ambiental, pois sua presença indica habitats bem preservados com boa disponibilidade de recursos. O declínio populacional do udu-de-coroa-azul pode indicar degradação ambiental mais ampla.

Esforços de conservação

A proteção do udu-de-coroa-azul em Pirenópolis depende da conservação de seus habitats remanescentes. Unidades de conservação públicas e privadas são essenciais para garantir a sobrevivência da espécie na região. A criação de corredores ecológicos entre fragmentos florestais permite o fluxo de indivíduos entre populações isoladas.

Programas de educação ambiental são importantes para conscientizar a população local sobre a importância da espécie e a necessidade de sua conservação. O monitoramento contínuo das populações através de programas de ciência cidadã pode fornecer dados valiosos sobre a distribuição e tendências populacionais da espécie.

O avistamento recente em Pirenópolis reforça a importância das áreas preservadas no município e a necessidade de políticas públicas que promovam a conservação da biodiversidade local. A preservação do udu-de-coroa-azul e de outras espécies ameaçadas depende do comprometimento de toda a sociedade com a proteção dos ecossistemas naturais.

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foto: Pedro Ângelo

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