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7 de dezembro de 2025

Igreja Matriz de Pirenópolis faz última homenagem ao bispo

Igreja Matriz de Pirenópolis realiza toque fúnebre e última homenagem ao bispo Dom João Wilk, da Diocese de Anápolis, falecido aos 74 anos.
Redação
Redação

12 de novembro de 2025 às 14:40

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A manhã desta quarta-feira (12) foi marcada por um momento de profunda emoção e respeito em Pirenópolis, com a despedida de Dom João Wilk, bispo da Diocese de Anápolis, falecido ontem aos 74 anos. As homenagens fúnebres foram acompanhadas de uma tradição que remonta aos primórdios da cidade: os toques fúnebres dos sinos da Igreja Matriz do Rosário, um rito que ressoa na memória cultural, e compõe a paisagem sonora da cidade desde o século XVIII.

Igreja Matriz de Pirenópolis faz última homenagem ao bispo

De acordo com Marcos Ribeiro, pesquisador e mestrando em patrimônio cultural pela UEG, a linguagem dos sinos em Pirenópolis foi um meio de comunicação essencial, por mais de duzentos anos. Antes da chegada das propagandas motorizadas como a do saudoso Joras e a mídia moderna, os toques dos sinos anunciavam eventos religiosos, cívicos e até fúnebres, como o que ocorreu hoje.

Igreja Matriz de Pirenópolis faz última homenagem ao bispo

O som das badaladas ecoou com um toque fúnebre tradicional, revivendo um costume que há muito não se via na cidade. Antigamente, os sinos tocavam de maneira distinta para noticiar o falecimento de homens, mulheres e crianças, com o toque especial “dos anjinhos” para os pequenos. “O som profundo dos sinos percorre as ruas e chega até as serras, convidando a todos para um momento de oração e reflexão”, explica Ribeiro.

O ato de hoje foi uma homenagem a Dom João Wilk, bispo falecido, que teve grande importância para a Diocese de Anápolis e para a Paróquia do Rosário. Pirenópolis, especificamente a Paróquia do Rosário foi o território do qual foram desmembradas todas as paróquias da Diocese de Anápolis, além de dezenas outras que hoje formam partes parciais ou totais das atuais Diocese de Formosa, Diocese de Uruaçu, Diocese de Luziânia, Arquidiocese de Brasília e Arquidiocese de Goiânia.

Em um altar especialmente preparado na Igreja Matriz, uma fotografia de Dom João foi colocada entre velas amarelas e castiçais dourados, simbolizando tanto o luto quanto a esperança na vida eterna. O cenário, digno e solene, foi abençoado por ele mesmo em 2006, durante a reinauguração da Igreja Matriz do Rosário, após o incêndio de 2002.

Além da cerimônia na Matriz do Rosário, outras missas foram realizadas em diversas igrejas e capelas das outras 04 paróquias presentes no município: Santa Bárbara (com Matriz no Alto do Bonfim), Imaculado Coração e São Judas Tadeu (com Matriz em Jaranápolis), São Sebastião (com Matriz em Interlândia), Nossa Senhora D’ Abadia (com Matriz em Souzânia), onde missas são realizadas em homenagem ao bispo falecido.

Natural da Polônia, Dom João Wilk dedicou mais de quatro décadas à vida missionária no Brasil. À frente da Diocese de Anápolis, exerceu um papel importante na formação de novos padres e na promoção de ações sociais e espirituais. Era reconhecido por sua humildade, serenidade e pela capacidade de aproximar a Igreja das pessoas.

A Diocese de Anápolis divulgou nota de pesar lamentando o falecimento e destacando o legado do bispo. “Dom João foi um pastor incansável, homem de oração e de fé viva, que deixou marcas profundas no coração de todos os que conviveram com ele”, diz o comunicado.

 

Em Pirenópolis, a homenagem ganhou um significado especial. A Igreja Matriz de Nossa Senhora do Rosário é um dos mais antigos templos do estado e carrega tradições seculares que atravessam gerações. O toque fúnebre, mantido até hoje, segue um ritual específico: quando o falecido é homem, o sino toca em intervalos longos e graves; quando é mulher, o ritmo é mais leve e compassado.

Esse costume, herdado das antigas comunidades católicas portuguesas, permanece vivo em Pirenópolis como símbolo de respeito e fé. A cerimônia desta quarta-feira reforçou esse vínculo entre a tradição e a espiritualidade, lembrando que, mesmo em tempos modernos, o som do sino continua a unir a comunidade em torno da memória e da oração.

Fiéis acenderam velas diante do altar e dedicaram orações pela alma de Dom João. A simplicidade do momento — apenas o toque do sino, a luz das velas e o silêncio coletivo — foi o que o tornou ainda mais comovente.

A Diocese de Anápolis informou que celebrações e missas em homenagem ao bispo estão sendo realizadas em diversas paróquias da região. Em Pirenópolis, a Matriz deve seguir com momentos de oração ao longo da semana, em união com toda a diocese.

Com essa última homenagem, a Igreja Matriz reafirma seu papel como guardiã da fé e da tradição católica, mantendo vivo o elo espiritual que conecta o povo de Pirenópolis à história da Igreja em Goiás.

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