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3 de julho de 2025

Portas e janelas de Pirenópolis – detalhes que contam histórias

Quem passa devagar pelas ruas de Pirenópolis descobre que as portas e janelas contam histórias e revelam a alma da arquitetura colonial goiana.
Jordão Vilela
Jordão Vilela

28 de junho de 2025 às 17:11

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Molduras de cor, madeira e memória

Uma das primeiras sensações de quem caminha pelo centro histórico de Pirenópolis é perceber que cada fachada parece ter vida própria. Portas estreitas pintadas em tons vibrantes, janelas com guarnições de madeira maciça e rendilhados em treliça chamam atenção antes mesmo de chegarmos às igrejas ou às famosas ruas de pedra. Esses detalhes não são meramente estéticos: eles guardam fragmentos da história colonial goiana, revelam costumes de época e mostram como a cidade protege seu patrimônio até hoje.

Influência luso‑brasileira na arquitetura colonial

As casas construídas entre os séculos XVIII e XIX seguem o traçado simples das vilas portuguesas:

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O contraste de cores — azul‑anil, verde‑oliva ou vermelho‑terroso — surgiu tanto pela disponibilidade de pigmentos naturais quanto pela vontade de diferenciar residências e estabelecimentos comerciais em uma mesma rua.

Símbolos, números e histórias secretas

  • Placas numeradas: em muitas portas, numerais esmaltados datam da década de 1930, época de modernização dos serviços postais.

  • Grades de ferro fundido ou muxarabis: introduzidos no fim do século XIX para maior segurança, mas também como elemento decorativo.

  • Puxadores e dobradiças: ferreiros locais imprimiam a própria marca em peças de metal — um “QR Code” artesanal que identifica a autoria até hoje.

Observar cada detalhe é descobrir histórias familiares, trocas comerciais e até mesmo influências de imigrantes que passaram pela antiga Meia‑Ponte, antigo nome de Pirenópolis.

Por que preservar?

A conservação das portas e janelas é parte fundamental do tombamento do centro histórico pelo Iphan. Eles mantêm a unidade visual que atrai visitantes, impulsiona o turismo cultural e mantém vivas as técnicas construtivas tradicionais.

  • Madeira de reaproveitamento: novas restaurações priorizam madeira certificada ou peças antigas recuperadas.

  • Tintas à base de cal: permitem que as paredes respirem, evitando infiltrações.

  • Oficina de Restauro: projetos locais capacitam artesãos e garantem mão de obra especializada.

Caminho para observação

Para ver de perto esses detalhes:

  1. Rua do Rosário — fachadas simétricas com lambrequins rendilhados.

  2. Rua do Lazer — mistura de comerciais e residências com portas coloridas.

  3. Rua Direita — grandes janelas de guilhotina e antigas lojinhas de artesanato.

Ande devagar, repare nas frestas de luz que atravessam as venezianas e imagine as gerações que se abrigaram atrás dessas paredes. As portas e janelas de Pirenópolis não são apenas entradas ou saídas: são molduras vivas de uma cidade que respira história.

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