Polêmica na Matriz: Reforma da Igreja Divide Opiniões

Enquanto alguns criticam as placas, maioria celebra a restauração do maior símbolo de fé e história de Pirenópolis

As placas são parte de uma iniciativa privada conduzida por três grandes nomes ligados à cultura e economia local: PiriBier, Luztol e GAV Resorts. Juntas, essas empresas viabilizaram a revitalização da pintura da igreja — um gesto que, para muitos, representa mais que patrocínio: é um ato de preservação da memória viva do cerrado goiano.

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Uma ponte entre o passado e o presente

A intervenção artística nas paredes da igreja não é recente em Pirenópolis. Desde sua fundação no século XVIII, o templo passou por inúmeros reparos, muitas vezes impulsionados pela própria comunidade. Dessa vez, o que causou estranhamento não foi a obra em si, mas a forma como ela foi anunciada — com logomarcas visíveis em pleno centro histórico.

“Parece um outdoor”: o sentimento de quem ama Piri

“Pirenópolis tem alma, tem história viva nas pedras, nas janelas e nas igrejas. Isso que colocaram ali parece um outdoor, não combina com a cidade nem com o respeito que esse lugar merece”, comenta a artista plástica local Ana Lúcia Ferreira, que cresceu aos pés da Matriz.

Apesar do incômodo de alguns, a maioria dos moradores reconhece a importância do gesto. Em tempos de escassez de recursos públicos para preservação do patrimônio, o apoio da iniciativa privada surge como alternativa viável e necessária. É, afinal, melhor uma igreja restaurada com patrocínio, do que uma obra parada e esquecida pelo tempo.

Fé, cultura e identidade

A Matriz não é apenas um cartão-postal. Ela é o palco das Cavalhadas, do Canto Coral, das missas solenes e das promessas silenciosas. Tocar nela é, de alguma forma, tocar na alma de Pirenópolis. Por isso, qualquer mudança, por menor que seja, provoca reações.

O que muitos desejam — e com razão — é que a conservação do patrimônio venha acompanhada de diálogo, transparência e respeito à identidade local. A beleza do patrimônio vai além da tinta: está no cuidado compartilhado entre o poder público, a iniciativa privada e a comunidade.